Desafio da Anoreg é qualificar e interiorizar serviços através da tecnologia, diz Germano Toscano de Brito

 

O tabelião Germano Toscano de Brito defende a modernização e a integração dos serviços no segmento dos Registros e Notas do Brasil, com tecnologia avançada, em virtude das dimensões continentais do País. Segundo ele, é preciso expandir os serviços pela região amazônica, pelo estado do Mato Grosso e pelo interior do Nordeste.

Presidente da Anoreg/PB e vice-presidente da Anoreg/BR, Germano participou, recentemente em São Paulo, do 20º Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registo, que abordou o “A Inteligência artificial e a era da tecnologia nos cartórios”.

O encontro foi promovido pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/Brasil), com o apoio da Anoreg/São Paulo. “Me alegro muito e fico feliz de ter participado de um dos melhores e maiores Congressos já realizados no País pela Anoreg do Brasil”, destacou Germano Toscano, lembrando que marcou presença em todos as edições promovidas pela entidade nos últimos 20 anos.

“Fico feliz porque vejo, a cada momento, que a nossa categoria está absorvendo mais as informações que temos, buscando o aprimoramento e a tecnologia com o intuito de atender bem à sociedade e a todos aqueles que nos procuram”, disse o presidente da Anoreg/PB, ao avaliar o evento.

Aprimoramento, qualificação e capilaridade

Indagado sobre o maior desafio para o segmento de Registros e Notas nos próximos anos, ele se expressou assegurando que a categoria, induvidosamente, tem como desafio atender às necessidades da sociedade nos pontos mais distantes e remotos do País. “Sem sombra de dúvidas, o nosso maior desafio é o tamanho do País, que é continental. E nós temos que, de toda forma, procurar incluir todos os nossos serviços no interior da região amazônica, do Mato Grosso e na grandiosidade do Nordeste”, declarou o tabelião.

Outro grande desafio, segundo ele, é colocar todos os seus colegas dentro da realidade de modernização, e, principalmente de integração, para que possam ajustar e oferecer os melhores serviços ao povo. Sobre a importância do Prêmio de Qualidade Total (PQTA), o presidente da Anoreg/PB lembrou que esta se trata de um aprimoramento da Anoreg/Brasil.

“Estamos colocando os serviços em normas técnicas, como ocorre com o ISO. O PQTA é o nosso ISO. Vamos, este ano, oferecer à sociedade o aprimoramento e a qualificação a aproximadamente de 200 colegas nossos. É muito importante para a categoria o PQTA”, enalteceu.

Tecnologia como aliada

O evento teve a participação do corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, que, em conferência, abordou o tema “Cartórios e Inteligência Artificial”. “Estamos em meio a uma revolução causada pela digitalização da vida. Todos os processos produtivos estão sendo alterados com base na aplicação do aprendizado de máquina. É a quarta revolução industrial”, disse o ministro, para quem a tecnologia pode ser uma forte aliada dos operadores do Direito e como é impossível se manter alheio a essa nova realidade.

Um dos exemplos citados pelo corregedor foi a busca de jurisprudência e a possibilidade de serem inseridos parâmetros de cálculos na programação para aferir, por exemplo, a relevância de acórdãos.

Inadimplência chega a 50% no Corecon-PB e entidade adere ao protesto por meio de CDA’s

A inadimplência é um grave problema enfrentado pela maioria das entidades representativas de classe. No Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon-PB), por exemplo, 50% dos filiados encontram-se atualmente em dívida. Para minimizar o problema, o Órgão já está utilizando o sistema de protesto de débitos por meio de Certidões de Dívida Ativa (CDA’s).

Para o vice-presidente do Conselho, João Bosco Ferraz, isso retrata um pouco o que está ocorrendo hoje no Brasil. “Nós temos praticamente 50% do nosso efetivo de filiados em uma situação de inadimplência e após troca de experiência com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), começamos a enviar as primeiras 150 CDA’s e estamos alcançando obtendo bons resultados”, afirmou.

Ferramenta eficaz

Segundo o presidente Celso Mangueira, essa é uma ferramenta que vem se mostrando bastante eficaz, pois garante maior celeridade e junto com as execuções fiscais por meio da Justiça Federal, está auxiliando o Conselho a colocar as cobranças em dia.

Com a implantação das Certidões de Dívida Ativa, os débitos são encaminhados para protesto mediante convênio com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil, Seção Paraíba (IETPB-PB).

A medida é adotada somente após a entidade notificar o devedor por meio de correspondência, e-mail e edital, e de buscar diversas tentativas de negociação. O protesto das CDA’s se dá no Tabelionato de Protesto do domicílio do devedor, em face do princípio da territorialidade.

Desembargador Ricardo Dip palestra sobre a regularização da atividade extrajudicial no Brasil

 

Com o tema “A regularização da atividade extrajudicial no Brasil”, a palestra ministrada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), Ricardo Henry Marques Dip, durante o XX Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro gerou uma série de debates sobre o papel do Poder Judiciário como entidade reguladora dos serviços prestados por notários e registradores no Brasil.

Em seu discurso, Dip defendeu a criação de uma entidade que possa representar notários e registradores de todo o país. “A minha proposta é que seja criada essa entidade intermediária, que seja responsável pela disciplina da regulamentação dos serviços extrajudiciais. Esse órgão não poderia ser privado, porque vocês realizam uma atividade pública, mas também não poderia ser estatal, porque notários e registradores são entes privados. Então, seria uma entidade intermediária”, afirmou.

Presente à mesa, a juíza da 1ª Vara de Registros Públicos de São Paulo, Tânia Mara Ahualli, manifestou preocupação com o futuro da atividade extrajudicial, na medida em que o excesso de normativas pode engessar o setor.

“Considerei a manifestação do doutor Claudio Marçal Freire na abertura do evento, bastante realista ao mostrar uma preocupação com o futuro da atividade extrajudicial.

Evolução rápida

As coisas estão evoluindo de uma forma muito rápida e o oficial precisa ser alguém capacitado, qualificado por concursos difíceis para que possa exercer a atividade de forma independente”, afirmou. “O que temos visto é o Estado apresentando uma ingerência no setor que gera riscos a notários e registradores. As limitações que a atividade pode sofrer, a meu ver, são preocupantes se começarem a engessar a atividade. Um bom exemplo é a questão do nepotismo dentro da atividade extrajudicial, que obriga o titular a deixar parte da sua responsabilidade a cargo de alguém que ele não tenha total confiança”, afirmou.

Já a registradora Patrícia Ferraz questionou o desembargador Ricardo Dip sobre a importância da previsibilidade. “A normatização da atividade feita administrativamente e não por força de lei com todos os seus procedimentos, mais amarados do que uma normativa administrativa, pode gerar problemas com relação a previsibilidade e surpreender não só os membros da categoria, mas mesmo os próprios usuários dos serviços. Desta forma, como o senhor vê essa dificuldade da previsibilidade?”, perguntou ela.

Regulamentação do setor

“Precisamos dar mais espaço para o fluxo vital dos acontecimentos. O fato nasce do Direito. Mas estamos criando normas antes dos fatos, não deixando notários e registradores trabalharem de forma autônoma. Querem transformar os serviços extrajudiciais em algo engessado. Defendo uma normativa mínima que regulamente o setor. O Judiciário deveria fiscalizar os atos e não a gerência da serventia. Mas hoje se tem uma interferência na administração dos cartórios”, afirmou Dip.

Mediadora do debate, a tabeliã Ana Paula Frontini também defendeu que o excesso de normatização gera um medo do titular em praticar seu ofício. “A sensação que temos é que ocorre uma estatização direta. O excesso de normatização, gera medo no titular ao praticar seu serviço, levando a um aumento no número de consultas e nós e a falta de liberdade na gerência diária da serventia. A liberdade na gerência está até na questão financeira como, por exemplo, no teto salarial. O teto ainda não é praticado com os titulares, mas parece um caminho que está sendo percorrido”, afirmou.

 

Ascom Anoreg-SP

Ministro do STF Alexandre de Moraes destaca papel dos cartórios na eficiência da Justiça

Ascom-IEPTB

O fortalecimento do ramo judiciário foi o tema central da palestra proferida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes, durante a abertura do XX Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, ocorrido em São Paulo, ontem.

O ministro destacou que os 30 anos da Constituinte Cidadã, que fortaleceu o Poder Judiciário e estabeleceu os parâmetros de atuação dos cartórios, Ministério Público e outras instâncias, devem ser celebrados com mais otimismo.

“Não há Estado de direito sem segurança jurídica. Precisamos de uma Justiça rápida e ao mesmo tempo, precisamos de confiar na justiça.”

O ministro Alexandre de Moraes apontou também o papel colaborativo dos Cartórios ao recomendar a utilização de parcerias com serventias extrajudiciais, visto que detém expertise, fé pública, concurso público e flexibilidade para atuação. “Porque precisa judicializar tudo?”, questionou o juiz do Supremo.

Para Moraes, este é o desafio do Judiciário, uma vez que acumular poder estrangula o funcionamento da Justiça.

Cartórios não usam dinheiro público

Falando logo após o ministro, o presidente da Anoreg-Brasil, Cláudio Marçal, disse que os cartórios passam por um momento difícil, principalmente pela incompreensão de sua atividade e função social. “Não existe dinheiro público nas atividades de Notários e registradores”, frisou.

Marçal Lembrou que parte significativa dos emolumentos (taxas) dos cartórios são destinados para entes públicos como Defensoria Pública, Fundos do Poder Judiciário, Santas Casas entre outros. Destacou que o setor atua dentro das regras estabelecidas pela Constituição de 1988, elogiado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Presidente da Anoreg/PB abordará o tema “Proteção de dados digitais” em Congresso Nacional

Ascom – IEPTB/PB

O tabelião Germano Toscano de Brito falará sobre o tema “Proteção de Dados Digitais”, durante o 20º Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registo, na próxima semana, em São Paulo. O Congresso será realizado entre os as próximas segunda (12) e quarta-feira (14) e terá como tema principal “A Inteligência Artificial e a Era da Tecnologia nos Cartórios”. O evento será promovido pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/Brasil), com o apoio da Anoreg/São Paulo.

Segundo Germano, que é presidente da Anoreg/PB e vice-presidente da Anoreg/BR, durante o Encontro será discutido o inevitável processo de avanço tecnológico que está ocorrendo velozmente no País. “A Paraíba está bem integrada nesse avanço, com novos serviços em beneficio da sociedade, de forma que o cidadão transite com seus documentos nas plataformas tecnológicas e virtuais com facilidade”, disse, acrescentando que o avanço tecnológico é um processo inevitável.

Legitimidade nas informações

De acordo com ele, a proteção de dados e a segurança são temas importantes: “Os cartórios fazem o possível para que a ferramenta tecnológica proteja o usuário e seus dados, para que não haja perdas, sendo o serviço notarial responsável pelas informações com a fé pública para dizer se as informações são verdadeiras ou não”.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou metodologia para que os cartórios adotem níveis de proteção tecnológica. “Isso, os cartórios estão adotando paulatinamente. São ferramentas antissequestro de dados e antihackers”, frisou.

Novos serviços

A confirmação de atos notariais por meio de selos digitais, pedido de serviços por sistemas informatizados são apenas alguns dos novos serviços que estarão à disposição dos usuários brevemente. “Os usuários credores do sistema de protestos têm uso da plataforma CRA e podem apresentar títulos pela internet. E já temos os serviços de solicitação e produção de informação dos serviços de registros de pessoas naturais. Vamos implantar as centrais de registros de imóveis para que bancos, Justiça e usuários finais tenham acesso”, afirmou.

Central de Registro de Imóveis

A Central de Registro de Imóveis, segundo ele, já funciona em alguns Estados e a curto e médio prazo será implantada na Paraíba para que usuários finais realizem alguns serviços, a exemplo de registro de imóveis, que poderão ser feitos por meio da informatização, bem como averbações de penhora e modificação de contratos em registro de imóveis e pedidos de informações e de certidões.

O mercado imobiliário, arrematou, fará bom uso da ferramenta. Em relação ao protesto on line, garante, esse serviço já está bem desenvolvido na Paraíba. “O credor pode fazer uso da informatização para protestar seus títulos”, disse, acrescentando que o protesto online já está bem desenvolvido na Paraíba, bem como o pagamento de boletos bancários pelo Sipat (Sistema de Pagamento de Títulos)”, concluiu.

Institutos de Estudos de Protesto de Títulos da PB e MA se unem em torno da modernização de serviços

Ascom – IEPTB/PB com IEPTB/MA

Avançar com o protesto de títulos e outros documentos em todo o território brasileiro, começando pelos estados do Nordeste. Esse foi um dos assuntos tratados durante encontro entre representantes do Instituto de Protesto do Maranhão e o Instituto de Protesto da Paraíba na sede da Central de Remessa de Arquivos (CRA-MA) em São Luís do Maranhão.

Na ocasião, também foi discutida a implantação do Sistema Integrado de Pagamento de Títulos (SIPAT), que é uma ferramenta que possibilita uma maior transparência e integridade na hora da quitação de uma dívida. Esse serviço tem como objetivo agilizar, desburocratizar e facilitar a interação entre os cartórios e o devedor.

Para pagar um título, o usuário acessará a página principal do SIPAT e imediatamente vai se deparar com um campo onde deve-se informar o código que consta na sua intimação. Depois de informar o código, é só clicar no botão consultar e será gerado o boleto para pagamento. São os cartórios de protesto trazendo mais segurança, praticidade, transparência e controle para seus usuários.

Agilidade no processo de transferência

Para Ricardo Franklin, diretor da Virtus Sistemas (empresa responsável pela criação do SIPAT), esse sistema vem para reduzir consideravelmente o custo operacional para os cartórios e também para o Instituto. “A grande vantagem da implantação do sistema é que agiliza muito o processo da transferência dos valores para os apresentantes. O processo de pagamento dos títulos fica muito mais rápido com essa sistemática, que já foi adotada em estados como Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Outro assunto bastante relevante discutido na reunião foi a captação de novos convênios para o Instituto. Erik Tiago O gerente comercial do IEPTB-PB, Erik Tiago, fez a demonstração na reunião de um modelo de sucesso de captação de novos apresentantes, modelo que já está sendo implantado no estado da Paraíba.

PB: experiência de sucesso

Christian Carvalho, Superintendente do Instituto de Protestos do Maranhão, considerou a reunião de extrema importância para o crescimento do protesto no Maranhão. “Trazer a experiência de sucesso do Instituto da Paraíba para o Instituto do Maranhão é bastante relevante, pois é preciso buscar soluções inovadoras e uniformizações para o protesto em todo o estado. E a Paraíba já está fazendo um excelente trabalho como, por exemplo, na captação de novos convênios para o Instituto”, destacou.

O encontro contou com a presença de Paulo de Tarso Guedes Carvalho, presidente do IEPTB-MA, de Christian Carvalho, Superintendente do Instituto de Protestos do Maranhão, de Ricardo Franklin, diretor da Virtus Sistemas, de Luan Brito, analista de sistemas da Virtus Sistemas, de Erik Tiago, gerente comercial do IEPTB-PB, de Windisson Lima Cardoso, representante do 5º ofício de Imperatriz e sócio-proprietário da PJA Protesto e cobrança, de Genivaldo Lima, consultor da comarca dos cartórios de Açailândia e Balsas e proprietário da empresa Sysga, e de funcionários do IEPTB-MA.

O Instituto de Protesto do Maranhão está trabalhando cada vez mais para modernizar os serviços do protesto em todo o Estado.

Instituição notarial está à frente em termos de desburocratização, diz tabelião

Ascom-IETPB/PB

Para o tabelião Carlos Ulysses Neto, a desburocratização prevista na recente Lei
13.726/2018 – que prevê a desburocratização em procedimentos administrativos através
da dispensa de atos notariais como o reconhecimento de firma e a autenticação de
cópias de documentos em órgãos públicos – evidencia que estamos caminhando para
um avanço em desburocratização das Instituições do País.
“Eu ouso dizer que a instituição notarial registral como um todo, incluindo todos os
cartórios, está à frente em termo de desburocratizar. Essa desburocratização, inclusive,
reflete nos órgãos públicos, diretamente, por meio de centrais já em vigor, com
tecnologias inovadoras. Estamos nesse processo e participamos ativamente da comissão
mista da desburocratização, com sugestões e propostas, onde foram gestados vários
projetos de lei, de modo que somos entusiastas em simplificar atos e procedimentos
com segurança jurídica, tornando a vida do cidadão mais fácil”, declarou, referindo-se à
nova lei.
Lei nem seria necessária
Segundo ele, essa lei nem seria até necessária, porque apenas assevera que o funcionário
público, no exercício do seu dever legal, possui a fé pública necessária para dar
autenticidade na recepção de documentos no processo administrativo. Ele citou o
exemplo de um cidadão que deseja fazer o parcelamento do seu débito de IPTU e TCR
em Prefeitura Municipal tendo, para demonstrar que é o proprietário do imóvel e
devedor tributário, que apresentar um requerimento com firma reconhecida à Prefeitura.
“Hoje o funcionário público dará a fé pública naquela assinatura, mesmo não tendo uma
base de dados como o cartório possui, com biometria, mas o servidor público irá
verificar que aquele documento é o original e que aquela pessoa presente é a mesma que
está assinando o documento na sua frente. Então é um funcionário público com
probidade, com o órgão público amparando e dando a fé pública àquele documento. A
mesma coisa se faz agora em relação à autenticação de cópias”, finalizou Carlos Ulysses
Neto.

Tabelião alerta para a importância do registro da escritura pública e do contrato de promessa de compra e venda em cartório

O tabelião Carlos Ulysses fez um alerta à sociedade para a importância do registro das
escrituras públicas e contratos de promessa de compra e venda em cartórios nas
transações que envolvem aquisição de imóveis. O primeiro ponto primordial, segundo
ele, é saber a situação do imóvel, seja casa, apartamento, sala para escritório ou terreno.
Ele destacou ser imprescindível ao comprador saber não apenas a situação física, mas
também a jurídica.
“A principal recomendação consiste em verificar a situação do bem no cartório de
registro de imóveis, por meio da certidão de registro ou de uma certidão de inteiro teor
por exemplo, onde constam todos os atos que foram praticados no imóvel ao longo dos
anos”, disse, acrescentando que hoje vigora no Direito Brasileiro o chamado princípio
da concentração matricial, asseverando que o ato não lançado na matrícula do imóvel
não existe no mundo jurídico, de modo que o imóvel está livre de ônus e apto à
transmissão com segurança jurídica.
Importância de certidões
Daí a importância de se pedir uma certidão negativa de ônus, acrescida de outras.
Segundo Carlos, vai diferenciar se o vendedor é uma pessoa jurídica ou uma pessoa
física, e, sendo pessoa física, necessário verificar o estado civil das partes vendedoras,
com base em uma certidão de nascimento ou casamento atualizada.
Ao se tratar de uma pessoa jurídica, cabe pedir o contrato social da empresa com as
últimas alterações, saber quem é o administrador apto a assinar aquela transação, e, se
necessário dado a atividade da empresa, solicitar uma certidão negativa de débitos
perante a Previdência Social, além das certidões negativas fiscais do imóvel.
Corretor de imóveis e tabelião
No entanto, o comprador não deve se preocupar com todas essas certidões no momento
da aquisição, porque ele tem dois nortes nos quais deve se amparar e que irão solicitar
todas as certificações necessárias: o corretor de imóveis presente na transação e o
tabelião de notas, que tem o dever de ofício. “Não é uma faculdade e sim um dever
atender as partes com presteza e dar segurança jurídica para o ato notarial, sendo esta a
função do tabelião”, declarou Carlos Ulysses.
Ele esclareceu ainda que o registro da promessa de venda e compra é recomendado, mas
as partes geralmente tendem a não registrar porque há um ônus financeiro inicial na
aquisição. “Entretanto, no momento do registro você está dando publicidade a toda à
sociedade que você adquiriu aquele bem e que a uma expectativa de um direito que irá
se consubstanciar com a escritura pública. Então qualquer tipo de dívida de litígio que
houver, aquele imóvel estará assegurado”, frisou.
Segurança jurídica
Por fim, ele explicou que se, porventura, o ITBI for quitado inicialmente na promessa, o
dono do imóvel não o pagará no momento da transmissão definitiva futura, ou seja, no
momento da lavratura da escritura pública de compra e venda e seu registro. “No
momento em que você está adquirindo o bem, está querendo se amparar de toda a
segurança jurídica necessária. Nesses casos, o registro da promessa de compra e venda é
sempre recomendado”, concluiu.
As declarações foram dadas durante entrevista ao Programa Tambaú Imóveis,
apresentado por Rômulo Soares, que vai ao ar todos os sábados a partir das 9h15 através
do Canal 5.1 (TV Tambaú), afiliada do SBT na Paraíba ou por meio da Internet no
site: www.portalt5.com.br, onde a entrevista pode ser conferida na íntegra.

João Pessoa concentra maior número de corretores de imóveis e imobiliárias inadimplentes

Ascom / IETPB-PB

Até agora, o maior número de encaminhamentos que está sendo feito pelo Creci-PB, de débitos para protesto de títulos de corretores de imóveis relativos a contribuições se dá em João Pessoa (1.584), seguido de Campina Grande (322), Cabedelo (55), Bayeux (33), Santa Rita (39), Conde (11), Cajazeiras (18), Sousa (6) e Patos (42).

Em relação a imobiliárias essa realidade não é diferente, com 113 empresas inadimplentes em João Pessoa, 20 em Campina Grande, seis no Conde e uma em Santa Rita. O protesto das Certidões da Dívida Ativa (CDA) se dá no Tabelionato de Protesto do domicílio do devedor, em face do princípio da territorialidade.

A medida só foi adotada diante do alto e crescente índice de inadimplência e depois de realizadas todas as tentativas possíveis de negociação, por meio de correspondência, e-mail e edital, mediante convênio firmado pelo Conselho com o Instituto de Estudos de Protesto do Brasil, Seção Paraíba (IETPB-PB), o que evitará a demora através de ações judiciais, bem como o pagamento de elevadas custas processuais.

Suspensão de registro e restrição de crédito

Os que nem assim quitarem seus débitos terão seus registros suspensos e cancelados, ficando impedidos de exercer legalmente a profissão, sujeitos, portanto, às devidas autuações e penalidades. Além disso, terão restrições junto às agências bancárias para retirada de talões de cheques, contas correntes canceladas e ficarão impedidos de acesso a financiamentos, leasing entre outras operações de crédito junto a instituições financeiras.

Essencial pela fé pública: Procurador defende protesto de título em cartório

Ascom / IETPB-PB

O procurador do Distrito Federal, Marlon Tomazette, disse não acreditar que as duplicatas eletrônicas venham a substituir a função dos títulos de protesto emitidos pelos cartórios extrajudiciais. “O que pode vir a acontecer é que um reforçará o papel do outro”, afirmou, ao se referir ao Projeto de Lei de autoria do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), que tramita no Congresso Nacional e que pretende criar a obrigação de os títulos serem apenas registrados em certificadoras autorizadas pelo Banco Central.

Com o conhecimento de causa de quem atua há décadas como professor de Direito Empresarial, Marlon considerou fundamental a existência dos títulos de protesto, pois ajudam a garantir a segurança do processo, com a peculiaridade de serem gerados pelos próprios credores, o que proporciona ainda ao devedor a oportunidade de se manifestar diante do problema.

Riscos da duplicata eletrônica

Segundo ele, sem o protesto, o risco de abusos de taxas será alto, além de possibilitar a proliferação de duplicatas frias. “Os cartórios e o próprio Tribunal de Justiça têm se manifestado junto ao Governo Federal, que cedeu, provocando mudança em um dos itens do texto do PL. Por sua vez, uma das argumentações dos cartórios é de que o registro poderá implicar em mais custos para os comerciantes”, considerou.

Para Marlon, a evolução da duplicata e da importância dada por algumas pessoas, passaram a gerar dúvida se no futuro elas irão inviabilizar os protestos de títulos. Com base em sua vasta experiência profissional, ele acredita que não.

“A exemplo de outros países, onde a tecnologia vem impondo constantes avanços, a proposta do título de protesto ainda é bastante utilizada. O protesto também é essencial pela fé pública e o importante é que ele se torne cada vez mais ágil. Eliminar o protesto é eliminar a atuação dos cartórios, o que eu acho improvável que aconteça”, concluiu o procurador.

Sobre Marlon Tomazette

É natural de Brasília, formado em Direito e atua como professor de Direito Empresarial há 20 anos. Também é procurador do Distrito Federal e ainda autor de diversos livros na área de Direito Empresarial.